quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Desventuras em série nos preparativos para um chá de bebê.

Resolvi fazer dois chás de bebê, um para os amigos e outro para a família. O dos amigos será hoje, já que estou postando de madrugada, e o da família no domingo. Como todo grande acontecimento na minha vida, esse vai deixar história pra contar.
Na madrugada do dia 18 escutei alguém tossindo, provavelmente vomitando. Alguns minutos depois saí do quarto e encontrei meu pai deitado no chão da sala com muita dor. Chamei minha mãe, que o levou para o hospital. O problema dele era vesícula, logo teve que ser internado para uma cirurgia de emergência, que aconteceu um dia depois. Minha mãe teve que acompanhá-lo, logo me vi com barriga de 8 meses fazendo comida e resolvendo coisas da casa (ok, não é grande coisa, já que muitas mulheres fazem isso até a véspera do parto), além de preparar as coisas do chá de bebê sozinha.
Pois bem, minha mãe disse que viria para casa e que poderia me ajudar, o que não aconteceu, pois não havia mais ninguém para ficar com meu pai e mesmo que houvesse, nada mais justo que a acompanhante dele fosse ela. Depois de um dia cansativo, em que enfrentei mercado cheio, gente mal educada, fila grande (não tinha caixa preferencial e ninguém me cedeu a frente) e compras pesadas, Marcelo (pai do Rafael e amor da minha vida) chegou do trabalho tarde e foi me ajudar a fazer o pavê que eu vou servir no chá. Eu estava finalizando o pavê (quase 3h da manhã) quando ouvi um barulho muito forte da escada da sala seguido do barulho da minha gata correndo. Fui olhar e não havia nada, quando ouço minha gata miando de dor debaixo da cadeira da sala. Miel (a gata) correu para a cozinha e eu vi gotas de sangue pelo caminho, quando ela olhou pra mim, o rostinho estava todo sujo de sangue, principalmente perto do nariz e da boca. Entrei em desespero. Marcelo e meu tio correram pra ajudar, tentaram colocar gelo, mas ela ficou muito arredia por causa da dor e não deixou ninguém se aproximar. Enfim, ela está deitadinha aqui do meu lado, mas não consegui (nem tive coragem de) ver o que realmente aconteceu no rostinho dela, a única coisa que sei foi que ela perdeu algumas unhas. Estou deixando ela dormir e descansar e amanhã cedo ligarei para o veterinário.

Diante de acontecimentos inesperados, não consegui aprontar tudo mas, como tudo na minha vida que acontece em meio a turbulências, no final tudo vai dar certo e vai compensar. Um agradecimento especial para o Marcelo que, apesar de não ter muitos dons para culinária, me ajudou muito e deixou minha cozinha limpíssima enquanto eu tomava banho. Assim acho que rola um casamento, hein? :P


Miel, dois dias antes do acidente, quando foi flagrada brincando com as caixas dos móveis do Rafael.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Tudo começou...

Quando conheci aquele garoto magrinho e esquisitinho no curso de inglês. Ok, eu era esquisitinha também, aliás ambos tínhamos 13 anos e estávamos naquela fase da pré-adolescência quando quanto mais esquisito e diferente você é, mais legal você parece ser. Pelo menos pra mim era assim. Naquela época, há 7 anos atrás, eu nem imaginava o que estava para acontecer.
Depois de alguns anos de amizade, em 2008 decidimos que seria legal ter um relacionamento mais... íntimo, digamos assim. Então começamos o que pode se chamar de namoro.



A partir daí, foram 3 anos de um relacionamento com altos e baixos, com momentos mágicos e memoráveis e outros que eu não me importaria se não tivessem acontecido. Bem, fomos crescendo juntos, entrei pra faculdade, ele conseguiu um emprego legal até que, em algum dia do mês de julho de 2011, um teste de farmácia confirma o nosso "maior medo": uma gravidez!
Ok, eu não trabalho, abandonei qualquer oportunidade de emprego pra me dedicar integralmente ao meu sonho de estudar História da Arte. O que ele ganha dá pra gente viajar de vez em quando, jantar fora todo final de semana e sustentar nossas bobagens, mas decididamente não dá pra sustentar uma casa e criar um filho! O que faremos? Graças à minha família não precisamos nos preocupar com isso. Meus pais concordaram em arcar com a maior parte das despesas e em abrir mão do escritório da casa para montar lá o quartinho do bebê, que viria a ser meu quarto também... E não, não casamos. Aliás, não estamos prontos para isso, principalmente financeiramente e ter um bebê não implica numa obrigatoriedade de casar... Mas ainda estamos juntos, firmes e fortes.
Bem, apesar de minha família ter aceitado e me apoiado e eu não precisar me preocupar com praticamente nada, não foi bem isso que aconteceu. Depois do resultado do teste de gravidez, passei três dias enfiada dentro do quarto deprimida sem comer, sem tomar banho, sem dormir, sem falar com ninguém... Era a decadência em pessoa. Não conseguia pensar em nada, somente em como decepcionei meus pais e como minha vida havia acabado em seu melhor momento. 19 anos, quase 20, planejando minha carreira com várias viagens pela frente, conhecendo pessoas diferentes, me divertindo... Eu não conseguia aceitar aquele bebê, aquele cruel bebê que me privaria disso tudo, que me faria virar dona de casa, que destruiria meu corpo, que acabaria com a minha carreira... Era um bebê muito malvado mesmo! Até que, depois desses três dias, tive um pequeno sangramento e fui correndo para a emergência do hospital! Lá vi que estava tudo bem e até escutei o coraçãozinho do bebê, que já estava com 7 semanas e 4 dias. Esse bebê malvado me deu um susto, será que ele não entendia que agora era a razão do meu viver? Se alguma coisa acontecesse com ele eu morreria! Ok, inconscientemente eu já amava aquele carocinho de feijão.
Contrariando minhas expectativas de que eu viraria um vegetal sem nenhum progresso intelectual, continuei minha faculdade, pegava ônibus (quando não dava ia de carro), fazia minhas visitas a museus e feiras de arte, virava noites fazendo trabalhos e relatórios... Tudo como era antes, com uma pequena redução de happy hours e com nenhum consumo de álcool ou qualquer outra substância nociva ao bebê. É, não mudou quase nada mesmo.

Pois bem, já estou com quase oito meses de gestação. Aquele bebê malvado se tornou a coisa mais importante da minha vida e ganhou um nome: Rafael. Aqui vou contando aos poucos a história dele, desde a concepção (mentira, não vou falar disso não) até seu nascimento e crescimento. E também vou falar da minha aventura nesse mundo doido da maternidade, que eu não sabia, mas combina muito comigo... Sinto que passei a vida toda esperando por esse momento.